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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oficina em Caturité: Afrocontos



Com a aprovação da Lei n° 10.639 e, mais recentemente, da lei 11.645, tornou-se obrigatório o ensino de História e Cultura da Afro-Brasileira, bem como da História da África e dos africanos, nos estabelecimentos de ensino públicos e privados do Brasil.Sendo assim, os educadores deram início à busca de material relacionado ao tema.
Este ano, tivemos a brilhante oportunidade de abordar a contação de histórias dentro desse tema, que ainda é tão "novo" e tão "antigo" ao mesmo tempo... Caturité de Boqueirão nos proporcionou este momento ao abordar o estudo da África como um dos temas da Semana Pedagógica. Os contos são um caminho maravilhoso para dar início a essa viagem maravilhosa as terras de um povo rico em tradições e costumes que fazem parte de nossa história.


Primeira história a ser contada:

O sapo e a cobra

Era uma vez, um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho.

- Alô, o que você está fazendo estirada na estrada?

- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma cobrinha, e você?

- Um sapo. Vamos brincar?

E brincaram a manhã toda no mato.

- Vou ensinar você a pular- disse o sapinho.

E eles pularam a tarde toda pela estrada.

- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco – disse a cobrinha.

Eles subiram, ficaram com fome e foram embora, cada um pra sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.

- Obrigada por me ensinar a pular – disse a cobrinha.

- Obrigado por me ensinar a subir na árvore – disse o sapinho.

Em casa o sapinho mostrou que sabia rastejar.

- Quem ensinou isso para você?

- A cobra minha amiga.

_ Você não sabe que a família Cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem.

Em casa a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.

- Quem ensinou isso para você?

- O sapo, meu amigo.

- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu bem com a família Sapo? Da próxima vez, agarre o sapo e... Bom apetite! E pare de pular. Nós, cobras, não fazemos isso.

No dia seguinte, cada um ficou na sua.

- Acho que não posso rastejar com você hoje – disse o sapinho.

A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: “Se ele chegar perto, eu pulo e o devoro”.

Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o sapinho. Suspirou e deslizou para o mato. Daquele dia em diante o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos. Mas ficavam sempre ao sol, pensando no único dia em que foram amigos.



A história da princesa que não falava. Muito linda!!! Vocês podem curti-la na postagem a seguir!


Kererê, a galinha pintada de Angola

Numa certa manhã, vinha de cabeça baixa e muito triste uma Kererê, lamentando-se «tô fraca, tô fraca, tô fraca!»

Resolveu saciar a sede num riacho. Lá deparou-se com uma linda mulher que se banhava e coquete como só ela sabia começou a pintar-se.

Kererê quando viu aquilo admirou-se: era Dandalunda, aquela que dá brilho às jóias e se banha e pinta antes mesmo de cuidar dos filhos...

Dandalunda quando percebeu a tristeza daquela ave perguntou-lhe:

- Porque é essa tristeza Kererê?

Kererê respondeu-lhe:

- Entre os meus pares eu sou a mais feia!

Naquela época Kererê era toda preta...

Dandalunda então pediu para Kererê se aproximar. Ela pegou em osum amarelo e pintou o seu bico; depois com osum vermelho os brincos. Depois com waji tornou as penas azul escuro e com efum fez as pinturas brancas. E continuou a pintar Kererê. Esta ao ver a sua imagem no abebé de Dandalunda saiu correndo de tanta felicidade cantando "Kuéim, kuéim, kuéim".

Dandalunda que ainda não tinha terminado de pintar Kererê pediu a Kakulu, divindade dos gêmeos, para que corresse atrás de Kererê e a trouxesse de volta, pois não tinha pintado o seu peito.

Kererê lá voltou e pediu para que Dandalunda ao invés de pintar o peito lhe desse um colar.

Dandalunda fez-lhe a vontade e ofereceu-lhe um colar em forma de coroa que Kererê carrega até hoje... e entre os seus pares é a mais linda de todas...

Tempos depois Kererê voltou e tornou-se o primeiro ser que "tomou" obrigações por aquela que é capaz de modificar todos com a sua doce magia encantada da beleza.

Kererê, o primeiro ser de cabeça raspada, adornado e pintado por Dandalunda... e é por este motivo que quando um Kererê é sacrificado, os africanos têm que tirar este colar em forma de coroa e coloca-lo em evidência!

OBS: Kererê é também conhecida por Konquem, "Tô fraco", Etu ou Galinha d’Angola.


Avental com pequenos contos africanos: O jabuti de asas e Amigos, mas não para sempre.

Ynary e o homenzinho.


Mãos à obra meninas!!! É sempre um prazer estar com pessoas que buscam inovações em sua prática afim de proporcionar uma educação de qualidade, diferenciada pela vontade de fazer o melhor... sempre!!

3 comentários:

  1. Gostei muito de participar da oficina (Campina Grande - 28.04.12). Como nas oficinas só podemos confeccionar um kit, seria interesante se vcs disponibilizassem os moldes das personagens das outras histórias . Avise-me da próxima!!!

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